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Um pouco da História da Qualidade
Historicamente, a qualidade é um assunto muito antigo. Existem relatos de que há mais de 4 (quatro) mil anos os egípcios estabeleceram um padrão de medida de comprimento: o cúbito.
Essa medida correspondia ao comprimento do braço do faraó reinante (métrica da qualidade). Curiosamente, a troca de faraó significava que a medida deveria ser atualizada (controle da qualidade). Para isso eram utilizados bastões cortados no comprimento certo e periodicamente, a cada lua cheia, o responsável por uma construção devia comparar o padrão que estava sendo utilizado com o padrão real. A punição em caso de erros era a morte.
O rigor e preocupação com a qualidade fez com que as pirâmides, por exemplo, apresentassem uma precisão na ordem de 0,05%.
A história da qualidade prosseguiu com inúmeros exemplos de resultados:
- os grandes templos construídos na Grécia e Roma antiga;
- os feitos de navegação no século XVI;
- as catedrais medievais, entre outros.
Para refletir …
Em todas essas realizações (por exemplo: Pirâmides do Egito), não existiam instrumentos de precisão nem técnicas sofisticadas.
Porém, hoje espera-se que as tecnologias disponíveis auxiliem na obtenção da qualidade.
Neste contexto e diante de uma quantidade imensa de padrões, melhores práticas e ferramentas, por que é tão complicado atingir um padrão qualitativo razoável?
Um grande marco na história da qualidade foi, com certeza, a revolução industrial. Esse período também é associado a profundas mudanças econômicas e sociais, como o início da automação e o surgimento do consumo em massa.
A criação de diversas indústrias levou rapidamente à concorrência entre elas, o que, por sua vez, desencadeou um processo de melhoria contínua em busca de um diferencial competitivo (sobrevivência).
A figura 1 apresenta um resumo cronológico do surgimento das primeiras técnicas e organizações formais de controle e garantia da qualidade.
Figura 1: Resumo cronológico.
Fonte: Autora (2011).
Na década de 1920 surgiu o controle estatístico de produção. Nas fábricas que produziam grande quantidade de itens tornou-se impossível garantir a qualidade individual de cada peça, desta forma foi preciso desenvolver um mecanismo diferente de controle da qualidade, passou-se a utilizar a estatística como ferramenta de controle de qualidade.
Em 1931, Walter Shewhart introduziu o Diagrama de Controle para detectar desvios na qualidade.
Na década de 1940, surgiram várias organizações ligadas à qualidade, por exemplo:
- ASQC – American Society for Quality Control;
- ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
- ISO – International Standardization Organization.
Ainda na década de 1940, o Japão se destacou como um importante pólo no assunto e contribuiu com diversas novas ferramentas:
- Método de Taguchi para projeto experimental;
- Programa/metodologia 5S;
- Diagrama de Causa e Efeito de Ishikawa.
A Segunda Guerra Mundial também contribuiu com processo de qualidade, quando as técnicas de manufatura foram aprimoradas para fabricação de material bélico. No pós-guerra, o impulso recebido pelas indústrias se manteve.
No início da década de 1960, ocorreu uma troca de informações entre os japoneses e os americanos por intermédio de Deming e Juran, que tiveram, posteriormente, o auxílio de Feigenbaum e da União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE). Sabiamente, eles perceberam a importância de relacionar o fator técnico, que dominavam bem, com o fator humano, representado nas teorias de Maslow, Herzberg e McGregor.
Dessa forma, com a combinação de fatores técnicos e humanos, foram criados os grupos chamados Círculos de Controle da Qualidade (CCQ), os quais, na realidade, eram apenas uma das ferramentas utilizadas no grande Programa de Controle da Qualidade desenvolvido no Japão pelos estudiosos americanos e pela JUSE.
Na década de 1970, em relação a qualidade, o Ocidente começou a reagir à hegemonia dos produtos japoneses. Iniciou-se, então, o período conhecido como a “era da gestão da qualidade total”, cuja principal característica é o foco no cliente e nos processos de gestão.
Na década de 1980 surgiram as normas ISO 9000.
Referência Bibliográfica
KOSCIANSKI, André; SOARES, Michel dos Santos. Qualidade de Software, Aprenda as metodologias e técnicas mais modernas para o desenvolvimento de software. Editora Novatec: São Paulo, 2007.
Pearson Education do Brasil. Gestão da Qualidade. Pearson Education do Brasil: São Paulo, 2011.