Padrão MVC (Model-View-Controller)

Juliana Jenny Kolb

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Padrão MVC (Model-View-Controller)

O MVC é utilizado em muitos projetos devido à arquitetura que possui, o que possibilita a divisão do projeto em camadas muito bem definidas. Cada uma delas, o Model, o Controller e a View, executa o que lhe é definido e nada mais do que isso.

A utilização do padrão MVC trás como benefício isolar as regras de negócios da lógica de apresentação, a interface com o usuário. Isto possibilita a existência de várias interfaces com o usuário que podem ser modificadas sem que haja a necessidade da alteração das regras de negócios, proporcionando assim muito mais flexibilidade e oportunidades de reuso das classes.

Uma das características de um padrão de projeto é poder aplicá-lo em sistemas distintos. O padrão MVC pode ser utilizado em vários tipos de projetos como, por exemplo, desktop, web e mobile.

A comunicação entre interfaces e regras de negócios é definida através de um controlador, e é a existência deste controlador que torna possível a separação entre as camadas. Quando um evento é executado na interface gráfica, como um clique em um botão, a interface irá se comunicar com o controlador que por sua vez se comunica com as regras de negócios.

Imagine uma aplicação financeira que realiza cálculos de diversos tipos, entre eles os de juros. Você pode inserir valores para os cálculos e também escolher que tipo de cálculo será realizado. Isto tudo você faz pela interface gráfica, que para o modelo MVC é conhecida como View. No entanto, o sistema precisa saber que você está requisitando um cálculo, e para isso, você terá um botão no sistema que quando clicado gera um evento.

Este evento pode ser uma requisição para um tipo de cálculo específico como o de juros simples ou juros compostos. Fazem parte da requisição neste caso os valores digitados no formulário, como também a seleção do tipo de cálculo que o usuário quer executar sobre o valor informado. O evento do botão é como um pedido a um intermediador que prepara as informações para então enviá-las para o cálculo. Este intermediador nós chamamos de Controller. O controlador é o único no sistema que conhece o responsável pela execução do cálculo, neste caso a camada que contém as regras de negócios. Esta operação matemática será realizada pelo Model assim que ele receber um pedido do Controller.

O Model realiza a operação matemática e retorna o valor calculado para o Controller, que também é o único que possui conhecimento da existência da camada de visualização. Tendo o valor em “mãos”, o intermediador o repassa para a interface gráfica que exibirá para o usuário. Caso esta operação deva ser registrada em uma base de dados, o Model se encarrega também desta tarefa.

O padrão arquitetural Model-View-Controller (MVC) é uma forma de quebrar uma aplicação, ou até mesmo um pedaço da interface de uma aplicação, em três partes: o modelo, a visão e o controlador.

A figura abaixo demonstra que a entrada do usuário, a modelagem do mundo externo e o feedback visual para o usuário são separados e gerenciados pelos objetos Modelo (Model), Visão (View) e Controlador (Controller).

Explicando cada um dos objetos do padrão MVC tem-se primeiramente:

  • o controlador (Controller) – fluxo da aplicação – que interpreta as entradas do mouse ou do teclado enviado pelo usuário e mapeia essas ações do usuário em comandos que são enviados para o modelo (Model) e/ou para a janela de visualização (View) para efetuar a alteração apropriada.
    • Ex.:
      • código que produz os dados dinâmicos a serem usados pelo HTML;
      • servlets.
  • o modelo (Model) – dados ou lógica de negócios – gerencia um ou mais elementos de dados, responde a perguntas sobre o seu estado e responde a instruções para mudar de estado. O modelo sabe o que o aplicativo quer fazer e é a principal estrutura computacional da arquitetura, pois é ele quem modela o problema que está se tentando resolver.
    • Ex.:
      • definição de propriedades e atributos de um programa;
      • os dados da aplicação, regras de negócio, lógica e funções;
      • escrita, validação e leitura dos dados;
      • EJB (Enterprise JavaBeans)
  • a visão (View) – interface do usuário – gerencia a área retangular do display e é responsável por apresentar as informações para o usuário através de uma combinação de gráficos e textos. A visão não sabe nada sobre o que a aplicação está atualmente fazendo, tudo que ela realmente faz é receber instruções do controle e informações do modelo e então exibir elas. A visão também se comunica de volta com o modelo e com o controlador para reportar o seu estado.
    • Ex.:
      • página HTML;
      • JSP.

Tão importante quanto explicar cada um dos objetos do padrão arquitetural MVC é explicar como é o seu fluxo tipicamente. Primeiramente o usuário interage com a interface (por exemplo, pressionando um botão) e o controlador gerenciar esse evento de entrada da interface do usuário. A interface do usuário é exibida pela visão (view), mas controlada pelo controlador. O controlador não tem nenhum conhecimento direto da View, ele apenas envia mensagens quando ela precisa de algo na tela atualizado. O controlador acessa o modelo, possivelmente atualizando ela de forma apropriada para as ações do usuário (por exemplo, o controlador solicita ao modelo que o carrinho de compras seja atualizado pelo modelo, pois o usuário incluiu um novo item). Isto normalmente causa uma alteração no estado do modelo tanto quanto nas informações. Por fim, a visão usa o modelo para gerar uma interface com o usuário apropriada. A visão recebe as informações do modelo. O modelo não tem conhecimento direto da visão. Ele apenas responde a requisições por informações de quem quer que seja e requisita por transformações nas informações feitas pelo controlador. Após isso, o controlador, como um gerenciador da interface do usuário, aguarda por mais interações do usuário, onde inicia novamente todo o ciclo.

Portanto, a principal ideia do padrão arquitetural MVC é a separação dos conceitos – e do código. O MVC é como a clássica programação orientada a objetos, ou seja, criar objetos que escondem as suas informações e como elas são manipuladas e então apresentar apenas uma simples interface para o mundo. Entre as diversas vantagens do padrão MVC estão a possibilidade de reescrita da GUI ou do Controller sem alterar o nosso modelo, reutilização da GUI para diferentes aplicações com pouco esforço, facilidade na manutenção e adição de recursos, reaproveitamento de código, facilidade de manter o código sempre limpo, etc.

Implementação do MVC

Existem diversos frameworks para Java que implementam o padrão MVC e são muito utilizados em diversos projetos. Entre eles temos o JSF, Struts 1 e Struts 2, Spring MVC, Play Framework, Tapestry, e diversos outros. Existem diversos artigos e sites especializados que comparam as diferenças e vantagens entre esses diferentes frameworks. No entanto, o melhor é sempre verificar o que cada framework disponibiliza para os desenvolvedores e analisar se ele atende às nossas expectativas.

Outras linguagens/plataformas também possuem frameworks que aderem ao padrão arquitetural MVC. Isso não inviabiliza que uma equipe crie o seu próprio framework, mas é preciso lembrar que um desenvolvedor novo precisa de tempo para aprender a desenvolver em determinada arquitetura e caso a empresa/projeto já utilize um framework bastante popular a curva de aprendizado será bem menor ou praticamente nula. Isso inclusive ajuda na contratação de novos funcionários, onde a empresa já pode exigir como pré-requisito conhecimentos neste framework.

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